Brasil tem megajazida de petróleo e gás

A Petrobras anunciou ontem a descoberta da maior jazida de petróleo do Brasil, com volume de reservas estimado entre 5 e 8 bilhões de barris, em área ultraprofunda na Bacia de Santos. A megajazida de Tupi anunciada ontem é apenas uma parte da extensa área de ocorrência da formação chamada de pré-sal, do Espírito Santo até o norte de Florianópolis (SC).

A Petrobras espera que a descoberta do litoral fluminense abra uma nova província petrolífera no país. Até agora, a estatal já perfurou 15 poços na área que compreende várias bacias, em profundidades totais (água mais subsolo) de 5 mil a 7 mil metros.

O bloco, temporariamente chamado de Tupi (será rebatizado para um nome de peixe quando iniciar produção), responderá sozinho por um aumento de 60% no nível atual de reservas brasileiras, calculado em 14,4 bilhões de barris.

Mas, a previsão é de que só comece a produzir em seis ou sete anos, ou seja, a partir de 2013. O megacampo, com óleo leve, de qualidade superior ao petróleo pesado da Bacia de Campos, está a uma profundidade de cerca de 6 mil metros da superfície, na chamada "camada de pré-sal".

– O Brasil pode passar da categoria de nação intermediária ou pouco significativa na produção de petróleo para outro patamar. Reservas como esta podem transformar o Brasil num país exportador de petróleo – disse a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, depois da reunião extraordinária do Conselho Nacional de Política Energética.

Potencial é superior aos campos em produção

O presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, chegou a comentar que, confirmado o potencial desses blocos, o país passará a integrar o grupo dos nove maiores detentores de petróleo do mundo, que hoje inclui países com reservas entre 69 bilhões (Nigéria) e 379 bilhões de barris (Rússia).

A megajazida anunciada ontem não ultrapassa apenas em volume os atuais campos gigantes da Bacia de Campos. Também o óleo encontrado é de qualidade extremamente superior. Com 28 graus API (sistema internacional de gradação da qualidade do produto), embora não chegue ao nível dos melhores óleos árabes (com mais de 40ºAPI), o petróleo de Tupi tem valor comercial bem superior à maior parte da produção nacional, de pesado.

Fonte: Diário Catarinense