Indústria comemora melhores números dos últimos anos em SC

Graziele Dal-Bó | graziele.bo@diario.com.br

A indústria catarinense registrou um avanço de 7,71% nas vendas no primeiro trimestre de 2008 frente aos mesmos meses do ano anterior.

O crescimento foi o maior verificado pela pesquisa da Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc) para o período desde 2004, quando a variação sobre o primeiro trimestre de 2003 foi positiva em 9,36%.

A alta foi puxada pelos setores de alimentos, produtos de metal e máquinas e equipamentos.

Um dos destaques no segmento alimentício ficou com a Perdigão, que fechou o primeiro trimestre de 2008 com faturamento bruto de R$ 2,85 bilhões, valor 59,5% superior ao obtido em igual período do ano anterior, e crescimento total de 64,5% em volumes vendidos de carnes, lácteos e outros produtos processados.

A Sadia encerrou o primeiro trimestre do ano com faturamento de R$ 2,6 bilhões e receita líquida de R$ 2,3 bilhões, valores respectivamente 20,3% e 20,9% superiores aos obtidos nos três primeiros meses de 2007.

O volume de vendas foi 8,6% maior no período, totalizando 533,2 mil toneladas. Para o presidente da Coopercentral Aurora — que não divulga dados trimestrais — Mário Lanznaster, o volume absoluto de vendas em dólar foi superior nos primeiros três meses deste ano na comparação com 2007, mas a questão cambial prejudicou os exportadores. A Aurora destina 20% da sua produção ao mercado internacional. 

— Os números foram bons, sem dúvida, mas se não fosse o dólar baixo ele poderia ser ainda melhor — avaliou.

O segmento de autopeças também se destacou dentro deste crescimento. Segundo o diretor regional do Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores (Sindipeças) em Santa Catarina, Hugo Ferreira, a expansão foi de 19,7% nos três primeiros meses do ano em 2008 frente ao mesmo período de 2007. 

— As fábricas estão trabalhando a todo o vapor por causa do aquecimento do mercado automotivo, não existe mais ociosidade. E isso com todo esse problema de importações e exportações em função da greve dos auditores fiscais. Se não fosse isso, o incremento seria muito maior — observou Ferreira.

Quatro segmentos tiveram forte queda

Para o 1º vice-presidente da Fiesc, Glauco José Côrte, os três primeiros meses de 2008 foram muito bons para a indústria de Santa Catarina, com crescimento das exportações acima da média nacional (19% em SC contra 14% no Brasil) e criação de 14 mil postos de trabalho no período — 39% das 36 mil abertas em todo o Estado. 

— A continuar assim, a indústria deve criar pelo menos 30 mil vagas de trabalho este ano, a exemplo do que ocorreu em 2007. Pode até ser um pouco mais — adiantou.

Apesar do resultado positivo, quatro segmentos tiveram forte redução nas vendas nos três primeiros meses deste ano. As quedas foram de 24,05% nos fabricantes de produtos de madeira, de 20,05% nos de móveis, de 17,26% nas de máquinas, aparelhos e materiais elétricos e de 9,20% nas indústrias químicas.

Diário Catarinense