Gilberto Gil sai e reclama do orçamento
Depois de anunciar, ontem, a sua saída do Ministério da Cultura, Gilberto Gil disse que deixa a pasta satisfeito, mas reclamou de não ter conseguido um orçamento maior.
Ele também anunciou que o secretário-executivo da pasta, Juca Ferreira, deve substitui-lo no cargo.
– A gente poderia ter chegado a um orçamento mais generoso no Ministério da Cultura. As dificuldades todas com as contas governamentais, o superávit e essas coisas todas conhecidas de todo mundo fizeram com que não atingíssemos a meta de 1% (do orçamento da União) desejado por nós, trabalhado por nós e recomendado pela Unesco – disse, ao ser questionado sobre quais eram suas conquistas e frustrações à frente do ministério.
Para Gil, alguns programas da pasta devem deslanchar nos próximos anos. Ele citou como exemplos o Plano Nacional de Cultura e o Sistema Nacional de Cultura.
– A minha sensação sobre o ministério é a melhor possível – afirmou, acrescentando que se afasta com "ar de saudade".
De acordo com Gil, Juca Ferreira deve ficar em seu lugar interinamente até a volta do presidente Luiz Inácio Lula da Silva da China, na próxima semana. Assim que Lula retornar, informou Gil, o secretário-executivo deve ser efetivado no comando do ministério.
– A intenção do presidente é efetivá-lo – afirmou, durante entrevista, no Palácio do Planalto.
Gil disse que pediu demissão para poder se dedicar mais à carreira de cantor e à família. Segundo ele, nos últimos dois anos, sua agenda de shows e compromissos se intensificou, o que dificultou a conciliação com as atividades de ministro.
– Aquela dose inicial, que eu previ trabalhar de 80% do tempo para o ministério e 20% para a atividade artística, foi se desequilibrando um pouco – justificou, completando que além dos 30 dias de férias pediu ao presidente mais 40 dias de licença.
Brasília
Antes de 2003 |
Primeira cotação |
Em 1987, pela 1ª vez Gil é sondado para assumir o Ministério da Cultura, no governo Sarney |
CANDIDATO A PREFEITO |
Em 1989, lança sua pré-candidatura em Salvador pelo PMDB, mas seu nome é vetado pelo partido |
ELEITO VEREADOR |
Decide disputar vaga na Câmara. Mandato vai até 1992. Atuação é marcada por faltas às sessões e pedidos de licenças para fazer apresentações. Levantamento da Câmara revela que Gil esteve ausente em 63% das sessões plenárias |
VAI PARA O PV |
Em 1990, filia-se ao Partido Verde, tornando-se membro da Comissão Nacional Executiva |
APOIO A FHC |
Em 1994, declara apoio à candidatura de Fernando Henrique Cardoso à Presidência |
SEGUNDA COTAÇÃO |
Em 1998, no governo FHC, seu nome chega a ser cogitado para o Meio Ambiente |
Ele aceita |
Em 2003, o cantor, que declarou voto em Lula ainda no primeiro turno, é convidado para ser ministro da Cultura |
diario.com.br |
O que vai mudar com a saída de Gilberto Gil do Ministério da Cultura? |
Diário Catarinense