Grupo de reação à calamidade decide beneficiar primeiro o Vale do Itajaí
Diogo Vargas | diogo.vargas@an.com.br
O grupo de reação à calamidade decidiu na tarde desta quinta-feira em sua primeira reunião concentrar as ações aos milhares de desabrigados e desalojados, principalmente do Vale do Itajaí, a região mais castigada com a enchente. O governador Luiz Henrique da Silveira (PMDB), que criou o grupo na quarta-feira por decreto e o presidirá, não participou do encontro, liderado pelo seu secretário-geral, Geraldo Althoff, também secretário executivo de Articulação Nacional.
A partir das 9h desta sexta-feira, ocorre a segunda reunião, em que a equipe espera ter um diagnóstico completo sobre as famílias e municípios atingidos. O diretor da Defesa Civil Estadual, Márcio Luiz Alves, disse que o relatório final ainda não será possível de ser apresentado, pois há operações de resgate e buscas sendo realizadas em Ilhota, Luis Alves e Gaspar.
— Temos áreas inacessíveis, principalmente no Morro do Baú, em que certamente ficarão sendo como de risco, segundo os geólogos. Evitar novas ocupações será um grande desafio — alertou o major Alves aos secretários de Estado e representantes de estatais presentes.
Alves calcula que haverá pessoas em abrigos por no mínimo mais seis meses. Milhares estão voltando para suas casas, mas não encontram condições e retornam como desabrigados.
A diretora da Companhia de Habitação do Estado de SC (Cohab), Maria Darci Mota Beck, disse que pelo menos três mil casas deverão ser construídas para atender as famílias afetadas. As construções só serão liberadas, segundo ela, em locais que sejam vistoriados e aprovados por geólogos.
O secretário Althoff espera a participação e colaboração das prefeituras com o planejamento de ação do grupo. Althoff determinou que cada uma das secretarias de estado mobilizadas oficialize um representante para participar dos trabalhos.
No total, são 13 secretarias envolvidas (administração, agricultura e desenvolvimento rural, comunicação, coordenação e articulação, desenvolvimento econômico sustentável, assistência social, fazenda, infra-estrutura, planejamento, saúde, segurança pública, articulação nacional e justiça e cidadania), além da Defesa Civil, Cohab, Celesc, Casan e SCGás.
A senadora Ideli Salvatti (PT), presidente do Fórum Parlamentar Catarinense em Brasília e que não faz parte do grupo de reação, agendou uma audiência com o ministro da Fazenda Guido Mantega para a próxima terça-feira, na capital federal.
Empresários catarinenses também participarão do encontro em que o governo federal promete anunciar medidas para compensar perdas do setor produtivo. Na quarta-feira, o governador LHS anunciou um pacote tributário com benefícios às empresas catarinenses para amenizar a crise gerada pelos desastres da chuva.
As ações do grupo |
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Atendimentos às famílias dos municípios atingidos serão prioridades das ações com aplicação de recursos. Só depois o setor produtivo será mobilizado |
A Cohab-SC já tem R$ 7 milhões vindos da iniciativa privada para construir 450 casas. O maior problema é a falta de terrenos. As primeiras construções serão em Itajaí ainda nesta semana |
A estimativa geral da Cohab-SC é que sejam necessárias 3 mil novas casas nas regiões atingidas, o que representará R$ 200 milhões. Só serão atendidas pessoas cadastradas na Defesa Civil |
Os mais de R$ 16 milhões depositados em contas correntes serão destinados à população afetada. A expectativa do grupo de reação é que as doações alcancem R$ 20 milhões até o fim de semana |
Inicialmente, a Defesa Civil receberá do governo federal R$ 40 milhões para custeio das operações de resgate e atendimento imediato às vítimas |
Diário Catarinense