Álcool sobe até final do mês nas bombas em Santa Catarina

João Werner Grando | joao.grando@diario.com.br

As reduções no preço do álcool, que nos últimos 12 meses somaram queda de 9,6% no Estado, devem ter fim nas próximas semanas. As distribuidoras estão vendendo o combustível aos postos com reajuste de até 4% e ainda farão novos aumentos.

Para o consumidor, o repasse deverá ocorrer até o final do mês. Os donos de postos estranharam o aumento por ocorrer em plena época da safra de cana na região Centro-oeste, responsável por cerca de 90% do álcool produzido no país.

A justificativa das usinas de encarecimento dos custos de produção, devido ao reajuste do governo federal no diesel e aos transtornos das chuvas na região, não teriam muito fundamento.

— O aumento do volume comercializado nessa época deveria compensar os custos — adverte o vice-presidente do Sindicato de Revendedores de Combustíveis de São José e Região, Adriano Matias.De acordo com ele, os postos ainda não repassaram o aumento, que deveria ser de até R$ 0,05 nas bombas.

É previsto, no entanto, que as usinas elevem o preço ainda mais nas próximas semanas, tornando inevitável o repasse nos postos. Por ser composta de um quarto de álcool, a gasolina comercializada também deverá ter aumento.

Sobre o reajuste na gasolina, anunciado pelo governo federal na semana passada, Matias afirma que o combustível está sendo vendido até 1,5% mais caro nas distribuidoras, aumento que ainda não foi repassado às bombas.

O reajuste contraria as expectativas do governo, que previa anular a elevação reduzindo a tributação sobre o combustível. O provável aumento no álcool encerrará um período de pelo menos um ano de seguidas quedas.

O combustível fechou o mês de abril com média de R$ 1,664 nos postos catarinenses. Em maio do ano passado, doze meses atrás, a média era de R$ 1,875. A queda, de 9,6%, foi um pouco inferior à redução nacional, que chegou a 11,3%.

De acordo com Matias, as quedas estão ligadas ao corte nas exportações do álcool. Os Estados Unidos, que compravam grande parte do álcool brasileiro, passaram a subsidiar a produção interna de etanol a partir do milho, substituindo as importações do produto.

Para o Brasil, o resultado foi um maior volume do combustível no mercado interno, o que fez os preços recuarem.

Diário Catarinense