Para promotor, alguém tentou remover manchas de sangue do apartamento

O promotor que acompanha o caso Isabella, Francisco Cembranelli, afirmou na noite desta quinta-feira que os peritos identificaram tentativas de remover os vestígios do assassinato da menina de 5 anos. Ela foi jogada do 6º andar de um prédio na Zona Norte de São Paulo em 29 de março.

Manchas de sangue no apartamento e no carro de Alexandre Nardoni, pai da garota, foram lavadas. Ele diz que os responsáveis serão indicados "no momento oportuno".

— A perícia comprovou que houve sim remoção de provas — afirmou.

O promotor reafirmou que Isabella já estava ferida dentro do carro do casal e que alguém tentou esconder o sangue.

— Não há dúvida disso — afirmou.

Segundo ele, havia três manchas de sangue no carro e apenas uma apresentava condições para fazer exame de DNA.

— É preciso ressaltar que essas manchas foram capturadas com muito sacrifício, elas também foram lavadas e só foram obtidas com luminol. As próprias circunstâncias indicam que eram da Isabella — disse.

Em depoimentos, o avô e a tia da garota, Antônio e Cristiane Nardoni, confirmaram ter passado no apartamento após o crime, mas negaram ter removido provas.

Janela

Cembranelli afirmou ainda que quem matou Isabella foi cuidadoso ao jogar o corpo da menina pela janela.

— Se fosse um monstro, como dizem os indiciados (Alexandre e Anna Carolina Jatobá), ele arremessaria de qualquer lugar, de qualquer jeito. A Isabella foi cuidadosamente introduzida no buraco feito na tela e foi suspensa por um certo tempo pelas mãos. Se ela tivesse sido arremessada, cairia no granito, os danos físicos seriam muito maiores — disse.

Na tarde desta quinta, Cembranelli se reuniu com a delegada-assistente Renata Pontes, do 9° Distrito Policial, onde estão concentradas as investigações.

O promotor recebeu uma cópia dos últimos depoimentos e acertou detalhes de como será a reconstituição de domingo. Além do casal, devem participar outras cinco pessoas.

Pela manhã, policiais civis estiveram no Edifício London para preparar detalhes da segurança durante a reconstituição do crime, prevista para começar às 9h de domingo.

Moradores do edifício estão deixando o prédio para evitar os transtornos que serão provocados pelos trabalhos da polícia.

— Muitos moradores já até viajaram. Poucos vão ficar no domingo — afirmou o delegado operacional da Zona Norte, César Camargo.

A reconstituição vai confrontar a versão dos dois com os depoimentos prestados pelas 62 testemunhas ouvidas pela polícia. As informações são do site G1 e do Jornal Nacional.

Diário Catarinense