Brasil joga para vencer e evitar vaia
O último jogo do Brasil na temporada, hoje, a partir das 21h45min, contra o Uruguai, no Morumbi, em São Paulo, bem que poderia ser uma festa de despedida. O estádio estará cheio (os 68,5 mil ingressos foram vendidos), os torcedores receberão bandeirinhas plásticas para ajudá-los no desejado apoio à equipe e os organizadores preparam uma balada para os convidados VIPs, com direito a comes, bebes e muita música – os torcedores normais terão direito a show pirotécnico e a participar da tradicional "ola".
A Seleção do técnico Dunga, no entanto, jogará sob imensa pressão na sua quarta partida pelas Eliminatórias Sul-Americanas para a Copa do Mundo de 2010.
Os motivos que podem transformar o Morumbi em um caldeirão são muitos e variados. O temor maior é que a exigente e, no momento, descontente torcida paulista vaie a Seleção. A possibilidade de o torcedor gritar os nomes do goleiro Rogério Ceni, não convocado por Dunga, e do atacante Luís Fabiano, atualmente na reserva do time brasileiro, causa calafrios. Ontem, no treino, já foi assim.
Mas pode ter coisa pior. Um tropeço hoje poderá fazer a Seleção Brasileira, que entrou na rodada como terceira colocada, despencar bastante na classificação. Como o próximo jogo pelas Eliminatórias só será em junho de 2008 – contra o Paraguai, em Assunção – , um insucesso diante do Uruguai colocará Dunga e alguns jogadores em longo inferno astral.
Técnico e jogadores sabem que um bom futebol é a maneira exata de conquistar a torcida – seja ela paulista ou de qualquer outro canto do país. Mas como não sabem se isso será possível hoje, eles esperam (mas não prometem) pelo menos vencer. E pedem apoio, paciência e compreensão das arquibancadas lotadas.
Dunga apelou para a inteligência e o conhecimento dos paulistas.
– O torcedor sabe o quanto é difícil jogar uma Eliminatória – disse o técnico, que manteve o mesmo time dos três primeiros jogos da competição, com exceção do zagueiro Lúcio, que está suspenso e dá lugar para Alex.
Juan também apela por apoio.
– Espero que a torcida apóie todo o time, porque a gente vai precisar dela. É um diferencial – avisou o jogador.
O comportamento da torcida carioca nos 5 a 0 sobre o Equador, mês passado, no Maracanã, também é usado como referência. Eles esquecem, porém, que o primeiro gol brasileiro contra os equatorianos naquela partida da segunda rodada das Eliminatórias saiu logo em seguida à primeira vaia do público.
Vágner Love e Júlio César devem ser alvos da torcida
O atacante Vágner Love e o goleiro Júlio César, que talvez sejam os jogadores mais visados pela torcida – afinal, Luís Fabiano e Rogério Ceni são os preferidos dos paulistas – , encontram maneiras distintas de conviver com a pressão que terão pela frente.
Vágner Love usa o bom humor.
– Não sinto pressão. No Rio, gritaram o nome do Obina e eu acabei fazendo um gol – lembrou o atacante.
Já o goleiro Júlio César relaxou no final da manhã de ontem jogando golfe no hotel em que a Seleção está concentrada. Procurou um pouco de paz antes de encarar a sempre exigente torcida paulista.
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Fonte: Diário Catarinense e ClicRBS