Receba Gusmão conquistou medalha de ouro histórica

Rebeca Gusmão conquistou, ontem, a primeira medalha de ouro da natação feminina na história dos Jogos Pan-Americanos. Ela venceu a prova dos 50m livre e bateu os recordes sul-americano e pan-americano, com o tempo de 25s05. Flávia Delaroli, que também obteve o índice olímpico nas eliminatórias, ficou apenas em quarto lugar.

Foi a primeira medalha de Rebeca, 22 anos, nos Jogos – ela competiu em Winnipeg, em 1999, e em Santo Domingo, em 2003 – e a equipe brasileira terminou o dia com sete, três de ouro, uma de prata e três de bronze.

A nadadora, nascida em Brasília e hoje moradora de São Caetano do Sul (SP), dominou a prova desde a largada, deixando para trás sua principal ameaça, a venezuelana Arlene Seneco (que acabou com a prata). Vanessa García, de Porto Rico, foi bronze.

– Este dia 18 de julho vai entrar para a história da natação. É uma honra ser a responsável pelo fim desse tabu. Estou muito, muito emocionada – disse Rebeca, que é fã de Fernando Scherer.

Com 1,85m e 82 kg, a nadadora atende pelo apelido de Gigante. Não por acaso, Rebeca é, de longe, a mais forte entre as nadadoras brasileiras. No avantajado braço, a nadadora exibe uma tatuagem que espanta qualquer dúvida sobre seus atributos: "Gigante pela própria natureza".

A nadadora casou-se, no ano passado, com o cantor de ópera Gutemberg Amaral, a sua inpiração.

– Devo muito a ele, tudo a ele. Graças a ele estou feliz. E quando a gente está apaixonada, a vida fica tão melhor, os treinos ficam melhores, as marcas vêm mais fácil. Assim como essa medalha, que eu dedico a Deus e ao meu marido – confidenciou.

A vida conjugal, diz a nadadora, está fazendo maravilhas para a carreira.

– Ópera enche o saco, mas ajuda muito a relaxar, sabia? Fico até mais disposta a ir aos treinos. Parei com desculpinhas.

Não bastasse o fator "maridão", a nadadora superou o fracasso no Mundial de piscina curta de Xangai, na China, no ano passado, do qual ela ficou fora por excesso de peso.

– Essa medalha é minha volta por cima, e agora vou continuar trabalhando sério pensando em Pequim.

Fonte: Diário Catarinense