Lula alivia a pressão sobre Renan Calheiros

Depois da acolhida solidária do presidente Lula numa solenidade no Planalto, o presidente do Congresso, o senador Renan Calheiros (PMDB-AL), encerrou o dia de ontem certo de que terá resistência política e pessoal "ilimitada" para enfrentar a "saraivada de denúncias de todo lado".

Lula pediu ontem ao Ministério Público Federal (MPF) mais cuidado na divulgação de informações sobre pessoas investigadas.

Ele ressalvou que jamais pedirá ou fará uma ligação ao procurador-geral pedindo que a instituição não exerça as funções que ele (Lula) ajudou a aprovar como deputado constituinte em1988. Para Lula, não há nada pior para a democracia do que alguém ser condenado sem ter cometido crime, o que, na sua avaliação, é tão grave quanto alguém ser absolvido tendo cometido um crime.

– Não considero um puxão de orelha, eu considero apenas aquilo que nós todos temos a convicção: de que todo o trabalho de investigação tem que ser sempre conduzido com muito cuidado para que a atuação do MP e a sua ação na Justiça sejam cada vez mais dotadas de credibilidade – disse o procurador-geral.

Antonio Fernando de Souza afirmou que não se sentiu constrangido, com a presença do presidente do Senado, Renan Calheiros, na cerimônia de sua recondução ao cargo na Procuradoria-Geral.

– Constrangimento não faz parte de quem exerce um cargo dessa envergadura – disse o procurador.

Presidente é um "amigo pessoal"

Renan é acusado de receber recursos da empreiteira Mendes Júnior para o pagamento de pensão alimentícia à jornalista Mônica Veloso – com quem tem uma filha fora do casamento.

Após receber sinais de apoio Renan, declarou publicamente sua amizade pelo presidente Lula.

– O presidente Lula é um grande amigo – disse Renan.

Fonte: Diário Catarinense