Parecer técnico apóia negociação entre Besc e Banco do Brasil

Um parecer preliminar da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) abre um importante caminho para a incorporação do Banco do Estado de Santa Catarina (Besc) pelo Banco do Brasil (BB). Publicado no final de semana, o documento afirma que "é possível a adoção de critérios de cotação das ações no mercado para avaliação do BB e do critério do fluxo de caixa descontado para o Besc."

Os secretários de Articulação, Ivo Carminati e da Fazenda, Sérgio Alves, receberam a notícia ontem, durante reunião no Tesouro Nacional, em Brasília.

– O governo não sabia que a CVM havia publicado o parecer. Mas nos disseram que o laudo é favorável à negociação – diz Alves.

O documento da CVM é uma resposta à consulta do BB sobre a incorporação. Embora abra portas para a conclusão do negócio, a comissão alerta que é necessário que as companhias justifiquem os critérios escolhidos na avaliação dos valores da incorporação.

– O importante, de qualquer maneira, é que estamos avançando aos poucos – observou o secretário Alves.

No entanto, para que a incorporação do Besc pelo BB possa ser iniciada, ainda é preciso o aval do Banco Central (BC). O secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin, antecipou aos secretários catarinenses que este outro laudo deve ser concluído em três semanas.

O BC terá que ser ouvido pois é o regulador do sistema financeiro e também o responsável pela privatização dos bancos que aderiram ao Programa de Estímulo à Redução do Setor Público no Sistema Financeiro (Proes). O Besc aderiu ao Proes em 2000 para que o Tesouro concedesse um empréstimo de R$ 2,019 bilhões para sanear as contas.

Expectativa, agora, é pelo repasse dos R$ 210 milhões

A expectativa é de que, com a assinatura da minuta de contrato pelo BB, o que só pode ocorrer depois de concluídos os pareceres da CVM e do BC, os R$ 210 milhões referentes às contas salários, possam ser repassados aos cofres estaduais, a título de adiantamento.

Em seguida, deve ser realizada uma avaliação técnica para determinar o real valor da folha de pagamento, que segundo o Estado equivale a R$ 350 milhões.

– É necessário aguardar o parecer do Banco Central para definir os parâmetros para incorporação do Besc ao Banco do Brasil – ressalta Alves.

Fonte: Diário Catarinense – ROSANE FELTHAUS/ Brasília
(
rosane.felthaus@rbs.com.br )