Governo federal reduz investimentos na prevenção de desastres
O governo federal deixou de gastar, este ano, mais de R$ 300 milhões que poderiam ter ajudado a evitar desastres ambientais como o do Vale do Itajaí. Em anos anteriores, o investimento em prevenção chegou a ser igual a zero.
Em Santa Catarina, no Rio de Janeiro e no Espírito Santo os estragos são visíveis. E os governos – federal, estaduais, municipais – ainda não sabem quanto vão gastar para recuperar, para reconstruir o que ficou destruído.
Um gasto que poderia até ser um pouco menor se a administração pública tivesse feito todas as obras de prevenção a desastres, como as enchentes. Obras previstas no orçamento da União, no Programa de Prevenção e Preparação para Emergências e Desastres.
No orçamento deste ano, o governo reservou para essas obras R$ 360.244.958,00. E ainda segundo o Siafi, sistema que acompanha a administração financeira do governo, pagou apenas R$ 43.835.115,15, 12% do previsto.
O levantamento mostra que desde 2004 o governo vem gastando entre 5% e 8% das verbas previstas. E em 2005 não pagou nada dos recursos destinados para a prevenção de desastres.
Críticas
O Partido Democratas (DEM), que pediu o estudo, cobra. Diz que o governo não pode deixar de lado a prevenção.
— O planejamento fica no papel e não passa de boas intenções. Nunca é executado. O governo só acaba executando esses programas na hora em que acontece uma catástrofe como essa de Santa Catarina — aponta o deputado Rodrigo Maia, presidente do DEM.
O ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima, reconhece que o governo pode fazer mais e concorda que com obras preventivas os gastos pós-tragédias seriam menores.
— As obras de prevenção de acidentes têm todo um trâmite de uma obra normal, ou seja, exigem documentação, projeto por parte dos estados e das prefeituras, que solicitam. Temos que aprender de forma dolorosa com esses erros e nos esforçarmos para fazer mais a partir daí — diz.
As informações são do Jornal Nacional.