Mulher ganha duas vezes com os mesmos números em SC
Darci Debona | darci.debona@diario.com.br
Ser premiada duas vezes, com os mesmos números, depois de ter jogado um dos bilhetes premiados no lixo. Foi o que aconteceu com a comerciante Ilda Pazetto, de Caibi no Oeste de Santa Catarina, que foi pela segunda vez retirar o prêmio de R$ 54 mil na agência da Caixa Econômica Federal de Palmitos.
Isso graças ao esforço e a honestidade da dona da lotérica Mapa da Mina, Claudete Ferronato, que procurou e encontrou o segundo bilhete premiado no lixo de seu estabelecimento. O caso de sorte e exemplo de honestidade ocorrido em Caibi chamou a atenção de todo o Brasil no domingo à noite, no programa Fantástico, da Rede Globo.
A história começou no dia 17 de maio, um sábado, quando Ilda apostou na Dupla Sena os mesmos números que jogava há três anos. Na terça-feira, dia 20 de maio, ela voltou para lotérica e fez outras apostas, entre elas a Dupla Sena. O bilhete antigo, que pensou já ter sido sorteado, rasgou e jogou no lixo.
Na terça-feira à noite, seus números foram sorteados. Ilda foi comunicada por uma amiga por volta das 11h do dia seguinte, que havia saído dois prêmios para Caibi.
— Pensei ter ganho R$ 1 mil — disse a apostadora.
Ao receber os R$ 57,4 mil ficou muito feliz, pois poderia começar a construir a casa própria e fugir do aluguel. Mas ficou o mistério de quem seria o segundo apostador de Caibi. Segundo cálculos da Caixa Econômica Federal, a possibilidade de dois prêmios saírem para a mesa cidade era de uma em 15 milhões.
A coincidência não parou por aí. Claudete disse que no mesmo dia um viajante de Santo Antônio do Sudoeste (PR), que há três anos já havia jogado um bilhete premiado no lixo da lotérica, também fez a aposta. Na época, ele ligou dias depois e o bilhete foi encontrado. Claudete ligou para o possível ganhador na quarta-feira, dia 18 de maio, mas os números não eram os mesmos.
A dona da lotérica chegou a olhar nas lixeiras, mas não encontrou nada. Mesmo depois de jantar, tomar banho e ver a novela das oito, continuava intrigada. Durante o jogo entre Fluminense e São Paulo, pela Taça Libertadores da América, foi novamente na lotérica e encontrou outra sacola de lixo, que havia sido recolhida e colocada nos fundos do prédio. Lá, acabou encontrando o segundo bilhete premiado e lembrou da aposta de Ilda. Ela disse que não passou pela cabeça ficar com o prêmio.
No dia seguinte, tentou ligar para a cliente sortuda. Mas, como era feriado, não conseguiu encontrá-la. Somente na sexta-feira, dia 23 de maio, conseguiu ligar para Ilda e disse que precisava de uma assinatura sua. Ao chegar no local, apresentou o bilhete.
— O que mais me emociona foi a atitude nobre dela — disse Ilda.
Como o bilhete é pago ao portador, Claudete poderia ter reivindicado o prêmio. Em enquete do programa Fantástico, 83% dos participantes afirmaram que ficariam com o dinheiro. Mas para a dona da lotérica, a honestidade valem mais do que qualquer dinheiro.
Diário Catarinense
