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Trombas-d’água podem ocorrer novamente

Fenômeno que intrigou Florianópolis no domingo, a tromba-dágua é menos rara do que se imagina. E pode se repetir com freqüência nesta época de troca de estações de ano e transições meteorológicas, avisam os meteorologistas.

As variações constantes de temperatura, comuns no fim do verão e início de outono, favorecem a formação de novas trombas-d'água nas águas do sul do país, como ocorreu no entardecer de anteontem. O fenômeno provocou um misto de susto e admiração na capital catarinense.

– Vi o céu coberto de nuvens negras enormes que pareciam muito baixas. O tornado descia e tocava a água. Dava para ver o vento girando e a água do mar levantando embaixo dele, como se fosse uma ducha invertida – descreve a artista plástica Raquel Culau, que correu para registrar o espetáculo com sua câmera fotográfica.

Outro que fotografou o fenômeno foi o engenheiro químico aposentado Celso Francisco Schultz.

– Foi assustador, mas belo – disse Schultz.

O fenômeno é comum em regiões tropicais, como a costa do Estado da Flórida (EUA), onde se repete até 400 vezes no ano. No Brasil, não é tão usual, mas acontece.

– Muitas vezes, ela apenas não é filmada. A maior parte da água da tromba é aspirada do mar, o que já resultou em relatos de "chuva de peixes" sugados pelo vórtice (redemoinho) – relata o meteorologista Fernando Nunes, da Central de Meteorologia da RBS.

As trombas-dágua parecem ser mais freqüentes nas regiões costeiras do que nas áreas oceânicas, concentrando-se numa faixa que se estende para o mar até 100 quilômetros da costa. A resposta estaria no choque de temperaturas e pressões, maior nas proximidades do continente.


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