Meu nome é Canelinha

Sou o cheiro de um povo que clama por trabalhos, moradia, conhecimentos, alfabetização, saúde e lazer.

Tenho a coragem, nas bagagens de minha memória, de todas as mais elevadas e pequenas vivências.

Aquela mãe que abriga seus filhos, multiplicando os sustentos, culturais, biológicos, elementares as qualidades básicas de uma família digna, capaz de avançar todos os dias, sempre mais, na força de seus trabalhos, como sentido vital ao curso desta caminhada. Feliz da mãe que vê seus filhos ocupados e preocupados, buscando sempre mais.

Até ontem, chorava com meus filhos. Na informalidade, buscavam suas fontes de rendas, longe de nossa casa. Muitos deixavam minha casa para encontrar em outras casas, seus direitos mais básicos: trabalho e renda.

E o casarão desta mãe Canelinha, vazio, perdia o sentido de seguir o rumo. 

Eis, que um novo ciclo começa! 

Empreendedores aqui chegam e convocam meus filhos a recomeçar seus destinos a felicidade tão merecida, em sua própria morada. Sou uma mãe que volta a sonhar e a sorrir.

Meus filhos recuperam sua história. Autoestima nas empresas aqui instaladas, e naquelas que logo logo movimentarão minha casa. Minha casa, referência no vale tijuquense, e no estado de Santa Catarina.

Vibra em minhas entranhas estas belas realidades como presente de meus 55 Anos de emancipação político-administrativa. 

Dia 23 de dezembro, meu aniversário. 

Meus filhos e outros filhos de outras plagas, que aqui procuram morada, serão sempre bem-vindos.

Meu nome é Canelinha, uma casa de portas abertas. 

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Texto da escritora canelinhense Maria Beatriz Dalsasso, em homenagem aos 55 Anos do município.