Banco do Brasil fechará 68 agências do Besc em Santa Catarina

Simone Kafruni | simone.kafruni@diario.com.br

O Banco do Brasil fechará 68 agências do Besc em Santa Catarina. A medida afetará cidades pequenas, onde há agências de ambos os bancos. A ação faz parte de um plano de reestruturação que integra as agências nesses municípios.

Lauro Müller, Armazém, Jacinto Machado, Erval Velho e Antônio Carlos são as cidades divulgadas até agora que passarão pela mudança. Nesta terça-feira deve ser informada a lista completa.

O superintendente estadual do BB, José Carlos Reis da Silva, explica que a integração se justifica em municípios menores, onde há dois contingentes de pessoal trabalhando nos setores administrativos, com deficiência no atendimento dos clientes. 

— Vamos deslocar este pessoal da administração para atender o público. Nosso objetivo é melhorar o atendimento e modernizar as agências. Tanto que nas agências pioneiras, onde há apenas dois funcionários, vamos colocar mais colaboradores para oferecer também crédito rural, o que antes não ocorria — diz.

Silva ressalta que, num primeiro momento, os funcionários das duas agências integradas ficarão trabalhando no local unificado. E somente depois ocorrerá o remanejamento de pessoal dentro do Estado.

— Quero tranquilizar os funcionários e antecipar que o BB não pretende fazer transferências compulsórias, nem demitir pessoal. Nossa preocupação é garantir melhor atendimento e para isso temos um plano com várias ações — afirma.

Sindicato quer evitar as transferências

O Sindicato dos Bancários de Florianópolis e Região foi chamado para uma reunião com o BB, na quarta-feira, para a apresentação do plano de reestruturação. Mas já está a par do fechamento das agências porque funcionários de Erval Velho denunciaram a movimentação aos sindicalistas.

A agência tem até data para fechar: 23 de novembro, segundo o dirigente sindical Milano Cardoso Cavalcante. Ele explica que o sindicato vai se mobilizar junto ao governo do Estado e às prefeituras dos municípios atingidos para conseguir adesão na briga pela permanência das agências do Besc.

— Nossa preocupação é com os clientes e funcionários. Legalmente, a gente sabe que é difícil impedir, mas vamos tentar minimizar os impactos para a sociedade — afirma.

Marca Besc não deve resistir

Cavalcante ressalta que a Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT) não permite a transferência compulsória que provoque mudança de domicílio. E antecipa que o sindicato vai ingressar com liminares se o BB tentar impor transferências aos funcionários.

— Isso já ocorreu na Caixa Econômica Federal, quando queriam forçar a demissão, e na época os sindicatos venceram 90% das liminares. Nós vamos resistir para conservar o que foi assinado no contrato, que assegura a manutenção da marca Besc — alerta.

Historicamente, todos os bancos estaduais privatizados ou federalizados no Brasil perderam suas marcas (Banespa, Banestado, Banerj, etc). Segundo o professor de Economia da Faculdades Integradas Rio Branco Douglas Renato Pinheiro, especializado em fusões, normalmente as marcas não resistem.

— As marcas duram, no máximo, quatro, cinco anos. A marca do Unibanco, por exemplo, deixará de existir no ano que vem. É uma tendência natural de mercado — diz.

Diário Catarinense