Lula propõe à China ampliação de troca comercial

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva iniciou nesta terça-feira a agenda oficial de sua segunda visita de Estado à China com uma proposta para que o gigante asiático e o Brasil ampliem sua já forte troca comercial em plena crise econômica global.

— Em um contexto de crise econômica, nossos governos têm de interagir de forma construtiva na busca de uma nova arquitetura financeira internacional — assinalou Lula na inauguração do Centro de Estudos Brasileiros, na Academia de Ciências Sociais da China.

Segundo o presidente, o centro servirá de "ponte" entre China e Brasil, duas economias que Lula qualificou de "dinâmicas e complementares".

— Vamos elaborar um plano de ação conjunta que lançará novas bases para ampliar a cooperação entre 2010 e 2014 — anunciou o presidente.

A China se transformou em abril deste ano no principal parceiro comercial do Brasil, ao alcançar uma troca comercial de US$ 3,2 bilhões, superando pela primeira vez na história os Estados Unidos, que naquele mês contabilizou uma troca de US$ 2,8 bilhões.

Segundo dados oficiais brasileiros, o volume de comércio bilateral entre Brasil e China alcançou os US$ 36,44 bilhões em 2008, um aumento de 55,9% com relação ao ano anterior. Apesar do forte crescimento, o presidente assegurou que está "empenhado em ampliar e diversificar" essa troca e que assumiu "o desafio de explorar o imenso potencial de investimentos" que as duas economias oferecem.

Depois da inauguração do centro, Lula presidiu, junto ao vice-primeiro-ministro Zhang Dejiang, a cerimônia de encerramento do Seminário Brasil-China: Novas Oportunidades para a Parceria Estratégica, assistida por 220 empresários brasileiros que acompanham o presidente.

— Queremos aumentar nosso comércio bilateral, que continuou crescendo mesmo durante a crise econômica — assinalou Lula.

A troca comercial entre os dois países se baseia fundamentalmente na venda de soja, petróleo e ferro do Brasil à China, mas também existe a cooperação em tecnologia de satélites e, com a visita, Lula espera a ampliação de setores como biocombustível e carne. Lula ofereceu à China a possibilidade de investir em infraestruturas e no setor petroleiro por meio da Petrobras, que já coopera com as chinesas Sinopec e China National Petroleum Corp (CNPC).

O presidente chegou ontem a Pequim, procedente da Arábia Saudita, para uma visita de três dias. Está previsto que na tarde de hoje ele se reúna com o primeiro-ministro Wen Jiabao e com o presidente Hu Jintao, com quem assinará uma série de acordos.

 

EFE