MEC recebe livros com nova ortografia
O decreto que confirma as mudanças na escrita da língua portuguesa no Brasil deve ser assinado neste mês pelo presidente Lula.
E as editoras brasileiras correm contra o tempo: termina hoje o prazo para que apresentem os protótipos de livros que poderão ser usados nas séries iniciais das escolas públicas a partir de 2010.
Conforme o diretor de Ações Educacionais do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação, Rafael Torino, o edital para a aquisição das obras – destinadas a alunos de 1ª a 5ª séries do Ensino Fundamental – foi lançado em 14 de janeiro pelo Ministério da Educação (MEC). Assim que o governo português deu sinal de que aprovaria o acordo, o MEC publicou um aviso pedindo que as editoras já apresentassem textos com a nova ortografia e prorrogou o prazo de entrega em um mês.
— Fizemos isso para que houvesse tempo para as alterações, porque sabemos que é algo complicado — disse Torino.
Até ontem, segundo ele, 36 editoras haviam inscrito 1.239 obras, das quais 80% já estavam entregues por completo – o restante do material é aguardado para hoje. O número, conforme Torino, está dentro do esperado.
Entre as empresas que conseguiram cumprir o prazo e que participam da seleção está o grupo Ibep e a Companhia Editora Nacional. De acordo com a editora de língua portuguesa da instituição, Christina Binato, a prorrogação da data de entrega foi fundamental para o êxito:
— Recebemos o comunicado do MEC no fim de fevereiro e, como o prazo foi ampliado, nos adaptamos e conseguimos chegar lá. Não havia outro jeito.
Para representantes da Associação Brasileira de Editores de Livros (Abrelivros), o acordo ortográfico está selado e já não cabe mais a discussão sobre sua validade. Segundo a gerente executiva da Abrelivros, Beatriz Grellet, é preciso que as editoras se adaptem.
— Quem não se adaptar vai ficar para trás. Não existe outra opção, ainda mais quando se trata de livros escolares. A única coisa que esperamos é que o governo nos dê tempo hábil para isso — ressaltou Beatriz.
Com a assinatura do decreto pelo presidente Lula, prevista para ocorrer este mês, o acordo deverá entrar em vigor a partir de janeiro de 2009 no Brasil. Conforme Torino, o documento deverá instituir ainda um período de adaptação de quatro a seis anos no país.
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