Projeto prevê 50% de vagas das universidades federais para alunos do ensino público
Um projeto que reserva vagas de universidades federais para estudantes de escolas públicas foi aprovado por unanimidade pela Comissão de Educação do Senado, nesta terça-feira. De acordo com o projeto, terão preferência os que se declararem negros e índios.
Segundo o projeto, 50% das vagas em universidades federais e instituições públicas de educação profissional e tecnológica serão reservadas para estudantes que tenham cursado integralmente o ensino fundamental em escolas públicas.
Além disso, dentro da cota, devem ser incluídas vagas específicas para negros, pardos e índios de forma proporcional à população do estado onde fica a instituição. E pessoas com deficiência, independentemente de virem do ensino público.
A senadora Ideli Salvatti (PT-SC), autora da proposta, defendeu o projeto.
— Nós temos um entendimento que a população brasileira tem uma diversidade étnica, de classe, de renda, que precisa atender a que a escola possa ser uma política de mobilidade social, uma política que faça com que as pessoas tenham capacidade de superar as suas dificuldades econômicas e de discriminação — diz.
O projeto deve seguir agora para a Câmara dos Deputados — a não ser que pelo menos nove senadores apresentem um recurso para que ele seja votado no plenário do Senado.
Como a adoção de cotas na educação é uma medida polêmica, é possível que o projeto acabe sendo modificado pelos deputados.
Um dos parlamentares que pretendem alterar o projeto na Câmara é o ex-ministro da educação Paulo Renato Souza (PSDB-SP). Ele quer trocar o critério racial pelo de renda, para privilegiar alunos de famílias que ganham até três salários mínimos.
— Dentro desse 50%, metade para alunos que vem de famílias com salário até três salários mínimos, para os mais pobres. Nós estaríamos privilegiando os negros pobres, os pardos pobres, os brancos pobres e estaríamos protegendo inclusive dentro da cota — afirma.
As informações são do site G1