Saúde mais perto do paciente

Uma nova maneira de tratar os pacientes começa a se destacar na rede pública de saúde. A rede catarinense de telemedicina – modelo pioneiro concebido pelo Laboratório de Telemedicina da UFSC e implantado em 2005 pela Secretaria de Estado da Saúde – evita que cerca de 5 mil pacientes por mês precisem se deslocar até um centro de referência para fazer exames.

Para isso, estão sendo implantados equipamentos de eletrocardiograma (exame do coração) nos postos de saúde do Estado, a maioria em cidades pequenas. Atualmente, já existem unidades de telemedicina implantadas em 54 municípios do Estado.

O equipamento permite que o exame seja realizado no próprio município e publicado no Portal de Telemedicina do Estado (https://www.telemedicina.ufsc.br/telemedicina/). Em Florianópolis, um médico especialista acessa o exame, faz o laudo e o publica no portal no mesmo dia.

O médico do posto de saúde pode acessar o resultado pela Internet, evitando o deslocamento do paciente e definindo rapidamente o encaminhamento mais adequado – uma economia de tempo que muitas vezes pode ser decisiva. Todo o procedimento é gratuito e feito pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

– Antes um paciente de Anita Garibaldi tinha que cruzar quatro cidades para ir a Lages fazer o exame. Um processo que levava até 30 dias, agora é concluído em sete horas – comparou o superintendente da secretaria, Roberto Hess.

– O objetivo é tornar uma série de exames mais acessíveis. Ele elimina a parte da ambulancioterapia, otimiza a utilização do profissional e reduz custos – explicou o professor Aldo Von Wangenheim, um dos coordenadores do Laboratório de Telemedicina da UFSC.

O pioneirismo do modelo fez com que Santa Catarina, juntamente com São Paulo, fosse escolhida para criar o padrão brasileiro de telemedicina.

Hospitais serão ligados à rede

A telemedicina também permite que sejam acessados pelo portal os laudos de exames feitos em hospitais do Estado. Para isso, os equipamentos dos hospitais estão sendo gradativamente ligados à rede.

O objetivo da secretaria da Saúde é de que todos os 293 municípios estejam ligados ao portal até o final de 2009. Para este ano, a previsão é de instalação de mais 20 unidades.

A secretaria gasta cerca de R$ 3,5 mil na compra de cada equipamento, além do custo de gerenciamento do sistema, que ainda está sendo calculado pela UFSC.

A economia gerada pela rede ainda não foi dimensionada. Um levantamento realizado em Quilombo, no Oeste do Estado, primeiro município a receber o equipamento, aponta que no primeiro ano de funcionamento, os moradores deixaram de percorrer 166 mil quilômetros para consultar. Em uma estimativa feita pelo DC, somente em combustível a economia gora em torno de R$ 41 mil.

O professor Aldo Von Wangenheim destacou ainda o fato de a rede ter ampliado a oferta de exames de eletrocardiograma em até 500%.

Fonte: Diário Catarinense