Literatura do Estado perde Ruth Laus
A crítica de arte e escritora catarinense Ruth Laus foi sepultada na tarde de ontem, no Cemitério Municipal de Tijucas. Ela estava internada há uma semana, vítima de um acidente vascular cerebral, e morreu por volta das 6h. O velório foi realizado na Câmara de Vereadores de Tijucas.
Ruth Laus tinha 87 anos e era irmã do crítico de arte e escritor Harry Laus. Ruth Laus nasceu em Tijucas em janeiro de 1920, descendente de imigrantes alemães que se estabeleceram na região no início do século 19.
Alfabetizada por sua irmã mais velha, a professora primária Judith, Ruth Laus estudou no Grupo Escolar Cruz e Sousa, de Tijucas, e na Escola Normal Anexa. Aos 15 anos, já era responsável pela coluna social do jornal O Binóculo.
A partir de 1952, Ruth Laus passou a viver no Rio de Janeiro, onde abriu a galeria Villa Rica, localizada em Copacabana. Promoveu um intenso movimento artístico e cultural nas áreas das artes plásticas, artesanato e literatura. A Villa Rica (título de um livro de Ruth) ficou conhecida por incentivar e revelar novos talentos e pela programação permanente de exposições de vanguarda.
Quando Harry Laus morreu, em 1992, Ruth passou a se dedicar à reedição de sua obra literária. Reconhecido nacionalmente, Harry atuou como crítico de arte durante três décadas e escreveu livros como Os Incoerentes, Ao Juiz dos Ausentes, Monólogo de uma Cachorra sem Preconceitos, As Horas de Zenão das Chagas, Sentinela do Nada e Os Papéis do Coronel.
Ruth Laus estava residindo em Porto Belo. Publicou A décima carta: Laus, apenas: memórias literárias, Harry Laus: Artes Plásticas, Decoração Brasileira e Relações.
Fonte: Diário Catarinense