Quatro cidades decretam emergência

Água, barro e destruição. Essa segunda-feira foi de limpeza, levantamento de prejuízos e recomeço para muitas famílias do Oeste e Meio-Oeste catarinense. Quatro municípios decretaram situação de emergência: Campos Novos, Concórdia, Ouro e Presidente Castelo Branco. Também foram atingidos, em menor escala, Capinzal e Lacerdópolis. Os estragos foram provocados, principalmente, pela chuva intensa no domingo.

O vento forte também foi registrado em algumas cidades e comunidades do interior, causando destelhamentos e até destruição completa de casas, galpões, pontes e ginásio. Integrantes da Defesa Civil do Estado partiram ontem para a região. Foram a Campos Novos pela manhã e seguiram para Concórdia à tarde, as duas cidades mais afetadas.

Em Concórdia, a Rua Doutor Maruri e adjacências ficaram cobertas pelo barro. Crianças de uma creche que passavam pelo local, nessa segunda-feira, olhavam assustadas para a lama e entulhos na rua.

– É um caos – disse a proprietária de um restaurante, Rosane Eleutério, que ontem deixou de servir 55 refeições.

Funcionários e familiares passaram o dia retirando a sujeira e limpando os móveis, chão e paredes. No edifício Dona Norma, oito carros e três motos ficaram presos na garagem, onde a água atingiu dois metros. O professor Jaime Tietzmann ainda tentou tirar seu Escort.

– Não deu tempo, foi muito rápido.

Alguns muros cederam. Eduardo Cavali ajudava a recuperar móveis e equipamentos na empresa da família, quando ouviu o barulho do muro desabando.

– Saímos com medo de que iria cair tudo.

Definição do fenômeno depende ainda de análise

O Centro de Informações de Recursos Ambientais e Hidrometeorologia (Ciram/Epagri) informou que a chuva intensa e a ventania foram provocadas por uma "frente fria bastante ativa pelo Estado". No domingo, o volume de chuva chegou a 166,2 milímetros em Ouro, enquanto a média no Estado foi de mais de 30 milímetros. Na Epagri em Campos Novos, rajadas de até 80 quilômetros por hora foram registradas. O meteorologista Daniel Calearo disse que ainda não há como precisar o fenômeno ocorrido e precisa analisar os relatos e fotos.

Fonte: Diário Catarinense