Estado demite para reduzir gastos com os terceirizados

A meta do governo catarinense de cortar gastos está saindo caro para parte dos funcionários terceirizados que atuam em instituições estaduais. Se de um lado o Poder Executivo quer economizar, no outro se ouvem os lamentos de 1,2 mil trabalhadores despedidos, de fevereiro até agora, conforme o Sindicato das Empresas de Asseio, Conservação e Serviços Terceirizados de Santa Catarina (Seac).

Cada funcionário contratado por intermédio de empresas privadas custa para o governo cerca de R$ 1,5 mil, embora os salários sejam bem inferiores a esse valor, em uma média de R$ 500. Assim, as demissões efetivadas até agora representam diminuição anual nos gastos em R$ 21,6 milhões.

O plano de cortes faz parte de medidas administrativas implementadas pelo governo, que prevêem economia de R$ 200 milhões neste ano nos gastos públicos.

De acordo com o diretor de custos da Secretaria de Administração, Jeferson Spessatto, a redução no número de contratados vai contribuir para que o governo alcance o objetivo, mas está relacionada, principalmente, à melhoria de gestão.

– Essa diminuição dos terceirizados é conseqüência de replanejamento estrutural dentro da realidade financeira do Estado. Estudamos as reais necessidades de determinados serviços, em um processo evolutivo de otimização administrativa – justifica.

Vigilantes, digitadores, recepcionistas, zeladores e serventes são os profissionais atingidos pela medida. E, segundo dirigentes sindicais, os cortes não devem parar por aí. A expectativa do Sindicato dos Empregados em Empresas Prestadoras de Serviço de Asseio e Conservação no Município de Florianópolis (Sindlimp) é que cerca de 800 trabalhadores terceirizados estejam trabalhando com aviso prévio atualmente em todo o Estado.

A informação não é confirmada pelo secretário estadual de Administração, Antônio Marcos Gavazzoni. De acordo com ele, os funcionários que cumprem aviso prévio estão incluídos entre os 1,2 mil dispensados.

Dinheiro deverá ser aplicado em investimentos na saúde e educação

O corte nos gastos não foi só com os terceirizados, a diminuição de investimentos atingiu também as áreas de comunicação, água, energia elétrica, combustíveis, locações de bens móveis e imóveis e materiais de consumo e almoxarifado. Na opinião do secretário Antônio Marcos Gavazzoni, para quem as contratações não foram mal planejadas, e sim realizadas por gestores com idéias diferentes das atuais, o dinheiro economizado reverterá em melhorias de hospitais e escolas.

– O Estado reconhece que existe um dano social e, se não tivéssemos responsabilidade, isso não seria feito, mas essas medidas são necessárias para aplicar os valores em benefícios – explica.

( mariana.ortiga@diario.com.br )

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Fonte: Diário Catarinense
Matéria: Mariana Ortiga