A conquista da América com gosto de superação

Uma década depois de Dunga levantar a taça da Copa América de 1997, foi a vez de outro camisa 8 da Seleção Brasileira erguer o troféu continental. Desta vez, Gilberto Silva elevou a conquista do torneio disputado na Venezuela – em parceria com Juan, pois o capitão de toda a campanha esteve suspenso na final.

Dunga, agora técnico, assistiu à vitória da superação da beira do campo: 3 a 0 sobre a Argentina. Viu o golaço de Julio Baptista, a falha do zagueiro Ayala e a arma mortal brasileira, o contra-ataque, definir o placar com Daniel Alves.

De quebra, o comandante ganha mais respaldo da CBF para comandar o país nas Eliminatórias Sul-Americanas. Ricardo Teixeira já afirmou que pretende mantê-lo no cargo para a Copa do Mundo da África do Sul, em 2010.

– Dedicamos esta vitória a todas as pessoas de alma pura. Às crianças do mundo todo. Do Brasil, da Palestina, de Israel, da antiga Iugoslávia, locais onde se sofre muito, mas se tem amor – disse o treinador logo após o final do jogo.

Assim como em 2004, no Peru, quando superou os eternos rivais nas cobranças de pênaltis, o Brasil entrou em campo novamente como coadjuvante. Dunga não contou com os craques Kaká e Ronaldinho Gaúcho, enquanto o colega Alfio Basile teve à disposição as estrelas Riquelme, Messi, Tevez e Crespo.

Com este time, os argentinos haviam chegado à decisão invictos, com cinco vitórias e 16 gols. O Brasil, que perdeu na estréia para o México, gerava a desconfiança de todos – inclusive da torcida verde-amarela. Mas a raça prevaleceu na final.

Foi o oitavo título da Seleção Brasileira na Copa América. Já a Argentina segue como a maior vencedora da competição, ao lado do Uruguai, com 14 conquistas, mas não leva a taça desde 1993. Somado a isso, o Brasil conquistou o terceiro título sobre o rival numa história recente.

Além de ganhar na edição passada do torneio continental, o escrete também bateu os hermanos na final da Copa das Confederações da Alemanha (2005), por 4 a 1.

Em setembro do ano passado, a equipe de Dunga passeou ao fazer 3 a 0 em um amistoso.

Além da conquista do bi, o Brasil ainda teve o artilheiro da Copa América. Maior estrela da equipe nacional, Robinho terminou com seis gols, um à frente do argentino Riquelme.

Ficha Técnica
Brasil (3)
Doni; Maicon, Alex, Juan e Gilberto; Josué, Mineiro, Elano (Daniel Alves) e Julio Baptista; Robinho (Diego) e Vágner Love (Fernando). Técnico: Dunga.
Argentina (0)
Abbondanzieri; Zanetti, Gabriel Milito, Ayala e Heinze; Mascherano, Cambiasso (Pablo Aimar), Verón (Lucho González) e Riquelme; Messi e Tevez . Técnico: Alfio Basile.
Gols: Julio Baptista (B), aos 4, Ayla (A, contra), aos 39 minutos do 1º tempo; Daniel Alves (B), aos 23 minutos do 2º tempo. Amarelos: Doni, Alex, Gilberto, Josué e Julio Baptista (B); Mascherano e Tevez (A). Arbitragem: Carlos Amarilla (PAR), auxiliado por Walter Rial (URU) e Luis Sánchez (VEN). Local: José Pachencho Romero (VEN).

Fonte: Diário Catarinense