Polícia prende grupo suspeito de desviar cargas de solventes em São Bento do Sul
Marcello Miranda, Especial
A polícia em São Bento do Sul, no Norte, prendeu três suspeitos de integrarem uma quadrilha responsável pelo desvio de cargas de solvente de uma empresa do município nessa quinta-feira. Estima-se que o prejuízo possa ultrapassar os R$ 2 milhões.
O grupo era monitorado pelo serviço de inteligência da Polícia Militar desde novembro do ano passado, quando proprietários da Dioxyl Revestimentos Químicos suspeitaram do sumiço de parte das cargas.
No mesmo mês, os investigadores passaram a seguir os caminhões que deixavam a empresa e descobriram que eles rumavam para a NC Tintas, uma pequena empresa do mesmo segmento, para onde a carga era levada.
A polícia decidiu não prender os envolvidos na ocasião, para que mais provas contra eles pudessem ser recolhidas.
A prisão
Na quinta-feira, por volta das 15h, após aviso dos responsáveis pela Dioxyl, os investigadores passaram a acompanhar novamente o caminhão, que seguiu até o barracão onde era feita a entrega do produto furtado.
De acordo com a polícia, o crime ocorria quando o veículo, carregado de solvente, chegava até a empresa. Ao invés de descarregar toda a carga, parte ficava no tanque.
Essa "sobra", cerca de mil litros a cada vez, era transportada até a NC Tintas, de propriedade Narciso Testtoni. O dono da empresa, um funcionário da empresa lesada que atestava que toda a carga havia sido descarregada e o motorista do caminhão, Vagner Piovesan, foram detidos no local.
Versões diferentes
Em seu depoimento à polícia, Piovesan disse que foi procurado na semana passada por Testtoni, enquanto descansava em um posto de combustíveis na SC-301.
Ele pediu para que Piovesan o telefonasse na próxima viagem para São Bento, para que acertassem um preço para o desvio de parte da carga.
O motorista disse que na quinta-feira, após descarregar a carga trazida de São Paulo para empresa lesada, ligou para o dono da NC Tintas para acertar o valor a ser pago pelo material desviado.
E que quando descarregava o solvente na NC Tintas, policiais chegaram e prenderam todos. Testtoni nega. Disse que foi procurado pelo motorista, o qual havia proposto lhe vender uma sobra de solvente.
O funcionário da empresa lesada foi liberado após prestar depoimento. Os outros dois envolvidos continuam presos nesta sexta-feira.
Diário Catarinense