Hotéis de Santa Catarina devem registrar queda de 10% no movimento no Ano Novo

João Werner Grando | joao.grando@diario.com.br

A ocupação da rede hoteleira de Santa Catarina para o Ano Novo, uma das principais datas para o setor, deve ficar cerca de 10 pontos percentuais abaixo do registrado nos anos anteriores.

A lotação média nos hotéis deve ficar em aproximadamente 85%, enquanto historicamente a taxa registrada variou em torno dos 95%, como explica o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis de SC (ABIH-SC), Wilson Luiz de Macedo.

De acordo com ele, a redução ocorre devido a reflexos da enchente no Vale do Itajaí e a uma mudança nas características do turismo catarinense. Com a repercussão negativa dos estragos da chuva, teriam ocorrido cancelamentos de até 3% no volume total de reservas dos hotéis do Estado. O setor temia reflexos mais graves para o turismo, mas o problema já foi contornado, conforme indica Macedo, e não estão ocorrendo mais desistências devido a esse motivo.

As taxas médias de ocupação também se reduziram por reflexo de uma maior interiorização do turismo de Santa Catarina. O presidente da ABIH-SC explica que mais pessoas estão procurando destinos fora do litoral, levando a ocupações mais equilibradas nos hotéis de todo o Estado.

Até o momento as reservas já realizadas somam uma média entre 75% a 80% de ocupação. O restante que falta para chegar aos 85% esperados deve ser acertado ao longo desta semana.

— Vão acontecer muitas reservas de última hora. Muita gente ainda está esperando para saber qual a situação do Estado depois da enchente.

Para a semana que começa nesta segunda-feira, apesar de boa parte das pessoas já estar em férias, a expectativa não é de grande movimento nos hotéis. O Natal costuma ser uma data que as famílias preferem passar reunidas em suas casas, deixando as viagens para o Ano Novo.

Visitantes europeus e paraguaios devem aumentar

Para o restante da temporada de verão, por outro lado, a expectativa é positiva. Cerca de 60% dos pacotes foram vendidos até o momento, sendo que o pico da temporada deve ocorrer apenas na segunda quinzena de janeiro e próximo do Carnaval, em fevereiro.

De acordo com Macedo, o setor turístico contará também com o reforço de uma ajuda do Ministério do Turismo para promover dos destinos de Santa Catarina e amenizar a repercussão negativa da enchente no Vale. O movimento na temporada também deve ser beneficiado pelo câmbio favorável aos estrangeiros visitarem o país e aos brasileiros optarem por destinos locais.

Macedo acredita que os argentinos virão em grande número. A maior parte deve chegar durante fevereiro e março, quando os preços estarão mais baixos. No entanto, ele afirma que alguns já estão chegando para o Ano Novo, o que não costumava ocorrer.

Os vôos charters de argentinos estão aterrissando em Florianópolis com ocupação de no mínimo 95%. Também deve aumentar o número de turistas paraguaios e europeus, enquanto os visitantes chilenos, por sua vez, diminuirão.

Diário Catarinense