Gasolina vai aumentar 5% até final do ano

O preço internacional do petróleo ainda nem chegou a US$ 100 e a entressafra do álcool também não começou. Mas o consumidor deverá sentir um aumento do combustível até o fim do ano. Na Grande Florianópolis, a gasolina poderá ter um acréscimo de até R$ 0,15. O litro do álcool vai custar R$ 0,20 mais.

O aumento na região, de até 5% para a gasolina e de 14% para o álcool, será conseqüência do crescimento dos custos internos e não reflexo da cotação do petróleo, que desde o início da década de 80 não atingia níveis tão altos.

– Estamos sendo pressionados pelo próprio cenário econômico e tudo depende do reajuste das distribuidoras – justifica o vice-presidente do Sindicato dos Revendedores de Combustíveis da Grande Florianópolis, Adriano Matias.

Desde a última quinta-feira, o presidente do sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Estado de SC, Luiz Antônio Amin, tenta desvendar o motivo do aumento do combustível em três, das mais de 20 distribuidoras do Estado, o que pode refletir na elevação nos preços já calculada para a Capital e região.

– Ainda não sei se já aumentaram os preços devido ao petróleo ou estão de olho na entressafra do álcool, em dezembro. Mas desde o dia primeiro, a gasolina subiu 1,4% enquanto que o álcool teve uma elevação de 8%.

Empresários do setor esperavam por redução

Até o fim da semana, ele aguarda posição das distribuidoras para saber o motivo do aumento e o tamanho do reflexo para o consumidor.

– A classe esperava redução nos custos em função da redução na base de cálculos do ICMS, que ocorreu há quatro dias, e acontece o contrário.

Segundo Amin, a constante baixa da moeda norte-americana é um dos principais motivos para o governo não subir o preço dos combustíveis.

Mais otimista quando o assunto é o impacto da cotação do barril de petróleo no Brasil, o presidente do sindicato de Criciúma e região, Quintino Pavei, considera que o consumidor de SC não vai se deparar com alta nas bombas até o fim do ano.

– Pelo que foi repassado para os sindicatos, a Petrobras irá absorver o reajuste.

( ariadne.niero@diario.com.br )

Saiba mais
O terceiro choque – Com o barril perto de US$ 100, cresce o temor de um impacto mais dramático, como em episódios anteriores:
O primeiro – Em 1973, o mundo começava a perceber que o petróleo é um produto não-renovável, que um dia iria acabar. Em apenas três meses, o preço do barril na época saltou de US$ 2,90 para US$ 11,65. Além disso, as vendas para os Estados Unidos e a Europa foram embargadas devido ao apoio a Israel na Guerra do Yom Kippur (Dia do Perdão).
O segundo – Em 1979, a revolução islâmica liderada pelo aiatolá Khomeini derrubou o xá do Irã, Reza Pahlevi. O país paralisou sua produção, provocando uma crise ainda maior do que a do início da década. Os preços permaneceram altos até 1986, quando voltaram a cair.
E agora? – Mesmo encostando em US$ 100 por barril, os preços de agora não configuram um novo choque, na opinião dos especialistas. O primeiro motivo é a alta sustentada ao longo dos anos, não tão repentina quanto nas ocasiões anteriores. Outro é a manutenção dos níveis médios de produção, sem embargos ou paralisações em todo um país. O terceiro seria a dependência relativamente menor do petróleo hoje do que até os anos 80.

Fonte: Diário Catinense
Matéria: ARIADNE NIERO