PF investiga outra mansão em Jurerê

 
 
Drogas
Investigação de tráfico em Jurerê se repete
PF apura colombianos Gustavo Bautista e Juan Abadia
FELIPE PEREIRA

 
 

A Polícia Federal (PF) cumpriu, ontem à tarde, um mandado de busca e apreensão da Operação São Francisco, que investiga o tráfico internacional de drogas, em uma casa na Avenida Búzios, na Praia de Jurerê Internacional, no Norte da Ilha de Santa Catarina. Os policiais investigam se o grupo tem relação com o traficante colombiano Juan Carlos Abadia.

Na casa, foram apreendidos quatro computadores e documentos. O material pertenceria à quadrilha liderada pelo colombiano Gustavo Duran Bautista, proprietário de fazendas no Nordeste do Brasil que exportava frutas para a Europa com cocaína escondida nas caixas. O patrimônio dele seria de R$ 202 milhões, incluindo um avião e um helicóptero.

O material apreendido na casa em Jurerê será enviado para perícia, que vai analisar se há ligação com Bautista. No local, não foram encontrados dinheiro nem drogas.

Quando os policiais federais chegaram, por volta das 16h, a mansão estava vazia. Mas em pouco tempo chegou uma mulher que disse ser prima da proprietária. Ela não quis conversar com a reportagem e deixou o imóvel com os policiais, às 19h45min.

Ao contrário da casa que estaria ligada a Juan Carlos Abadia, onde foram encontrados R$ 307 mil, há 10 dias, o imóvel não foi lacrado. Um funcionário do condomínio Jurerê Internacional disse que a casa, vistoriada ontem, vale pelo menos R$ 5 milhões. Um jardineiro e uma empregada são responsáveis pela manutenção.

A residência fica ao lado do imóvel em que foi presa, em fevereiro, uma quadrilha de estelionatários, que usava carros importados, inclusive uma Ferrari, para atrair empresários.

A presença da PF, ontem, chamava a atenção dos moradores de Jurerê Internacional. Vários carros paravam e perguntavam o que estava acontecendo ou quem era o dono da residência.

Cocaína embarcava de navio para a Europa

A Operação São Francisco foi desencadeada após a prisão de sete traficantes em Salto, no Uruguai, no sábado, com 485 quilos de cocaína. Entre os detidos estava o colombiano Bautista, que mora no Bairro Morumbi, área nobre de São Paulo.

De acordo com o delegado que coordenou a operação, Luiz Roberto Godoy, o Brasil era usado como um dos pontos de partida para o envio da droga à Europa. A cocaína saía do do Porto de Santos, na maioria das vezes, em navios. O destino mais comum era a Holanda.

Fonte: Diário Catarinense